Reação do Talibã a protestos de afegãos é cada vez mais violenta, diz ONU

Talibã usa da violência para suprimir protestos populares no Afeganistão.
Talibã usa da violência para suprimir protestos populares no Afeganistão.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (Acnur) disse, nesta sexta-feira (10/11/2021), que a reação do Talibã a marchas pacíficas no Afeganistão é cada vez mais violenta, já que as autoridades usam munição letal, cassetetes e chicotes e já causaram a morte de pelo menos quatro manifestantes.

Protestos e manifestações, muitas vezes liderados por mulheres, representam um desafio para o novo governo islâmico do Talibã, que tenta consolidar seu controle desde que ocupou a capital Cabul há quase um mês.

“Vemos uma reação do Talibã que, infelizmente, é severa”, disse Ravina Shamdasani, porta-voz de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), em Genebra, acrescentando que a entidade documentou a morte de quatro manifestantes a tiros.

Ela disse que alguns ou todos podem ter resultado de tentativas de dispersar manifestantes com disparos. Segundo a porta-voz, a ONU também recebeu relatos de buscas de participantes dos protestos de casa em casa. Jornalistas que cobrem as manifestações também são intimidados.

Ravina contou que, enquanto era chutado na cabeça, um jornalista teria ouvido a seguinte frase: “você tem sorte de não ter sido decapitado”. Há muita intimidação de jornalistas simplesmente tentando fazer seu trabalho, afirmou.

Jornalistas afegãos são presos e torturados pelo Talibã

O Talibã prendeu e torturou jornalistas afegãos que cobriam um protesto de mulheres. Pouco antes, o grupo havia declarado que iria defender a liberdade de imprensa. As informações são da agência AFP.

As vítimas são o fotógrafo Nematullah Naqd e o repórter Taqi Daryabi, funcionários do jornal Etilaat Roz. A dupla cobria uma manifestação na terça-feira (07/09/2021), na qual mulheres protestavam contra o anúncio do Talibã do governo interino, que é formado apenas por homens.

Os profissionais relataram que foram agredidos com cassetetes, cabos elétricos e açoites. Depois das agressões, foram colocados em uma cela junto com outros prisioneiros.

Segundo o relato do fotógrafo Nematullah Naqd, ele foi abordado enquanto tirava fotos por membros do Talibã, que disseram que ele não poderia captar as imagens. Em seguida, tentaram confiscar seu equipamento, que foi repassado para uma pessoa na multidão. Ele então foi levado para a delegacia, onde já estava seu colega.

Desde a tomada do poder no Afeganistão pelo Talibã, veículos de imprensa relatam ataques. Muitos tentam retirar seus profissionais do país. Em agosto, o grupo extremista assassinou um familiar de um repórter da DW.

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Jornais como The Wall Street Journal, New York Times e Washington Post fizeram um pedido público ao governo do presidente norte-americano Joe Biden para resgatar seus funcionários do Afeganistão.

Segundo o NYT, 128 profissionais foram retirados do Afeganistão. Dentre os funcionários do Washington Post, 13 foram retirados, incluindo dois afegãos que foram enviados ao Catar junto com seus familiares. O The Wall Street Journal e a Fox News também evacuaram com êxito seus trabalhadores.

*Com informações da Agência Brasil e Yahoo Notícias.

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Sobre Carlos Augusto, diretor do Jornal Grande Bahia 11046 artigos
Carlos Augusto é Mestre em Ciências Sociais, na área de concentração da cultura, desigualdades e desenvolvimento, através do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais (PPGCS), da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB); Bacharel em Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo pela Faculdade de Ensino Superior da Cidade de Feira de Santana (FAESF/UNEF) e Ex-aluno Especial do Programa de Doutorado em Sociologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Atua como jornalista e cientista social, é filiado à Federação Internacional de Jornalistas (FIJ, Reg. Nº 14.405), Federação Nacional de Jornalistas (FENAJ, Reg. Nº 4.518) e a Associação Bahiana de Imprensa (ABI Bahia), dirige e edita o Jornal Grande Bahia (JGB), além de atuar como venerável mestre da Augusta e Respeitável Loja Simbólica Maçônica ∴ Cavaleiros de York.