Assembleia Geral da ONU repudia ofensiva militar da Rússia contra a Ucrânia; 35 nações se abstiveram de votar; Brasil pediu diálogo

A Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou por maioria esmagadora uma resolução na quarta-feira (02/03/2022) exigindo que a Rússia encerre imediatamente suas operações militares na Ucrânia. Um total de 141 países votaram a favor da resolução, que reafirma a soberania, independência e integridade territorial da Ucrânia.
A sessão especial de emergência na Assembleia Geral da ONU foi solicitada após a Rússia vetar no Conselho de Segurança uma resolução condenando a ofensiva. A resolução pedindo fim do conflito contra a Ucrânia foi aprovada por 141 votos a favor, 5 contra e 35 abstenções.

A Assembleia Geral da ONU aprovou nesta quarta-feira (02/03/2022) uma resolução deplorando a ofensiva militar da Rússia à Ucrânia. O resultado foi lido pelo presidente da Casa, Abdulla Shahid.

O presidente informou que o texto recebeu 141 votos a favor, 5 contra e 35 abstenções.

“Unindo pela Paz”

A sessão especial de emergência na Assembleia Geral foi solicitada após a Rússia vetar no Conselho de Segurança uma resolução condenando a ofensiva.

Na decisão desta quarta-feira, a Assembleia citou a resolução 2623 de 27 de fevereiro, no Conselho, que pedia a sessão de emergência “Unindo pela Paz”. Esse mecanismo é acionado quando o Conselho de Segurança não alcança unanimidade sobre um tema crucial para a paz e a segurança internacionais.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, também participou do encontro, nesta quarta-feira.

Integridade

O texto da resolução endossou a declaração do secretário-geral de que um ataque dessa natureza repudia os princípios da Carta da ONU e lembra aos Estados-membros sobre sua obrigação com o Artigo 2 do documento “de se absterem de ameaças ou uso da força contra a integridade territorial e a independência política de qualquer nação” resolvendo suas diferenças por meios pacíficos.

A resolução condena a declaração da Rússia sobre uma “operação militar especial” na Ucrânia, feita no último 24 de fevereiro, e expressa preocupação grave com ataques a alvos civis como residências, escolas e hospitais, que estão ferindo e matando incluindo mulheres, crianças, pessoas com deficiências e idosos.

Segundo a Agência da ONU para Refugiados, Acnur, mais de 875 mil ucranianos já cruzaram as fronteiras com países vizinhos para fugir dos ataques russos.

Dentre os países lusófonos, Angola e Moçambique se abstiveram da votação. Guiné-Bissau se ausentou e os demais países votaram a favor incluindo o Brasil.

Brasil

O embaixador do Brasil na ONU, Ronaldo Costa Filho explicou o voto do país afirmando que as soluções duradouras só podem ser alcançadas à mesa de negociações com compromisso com o diálogo.

Segundo ele, o Brasil continua pedindo a ambas as partes para reduzir a escalada da violência e renovar os esforços para gerar um acordo diplomático entre Ucrânia e Rússia que leve à segurança e estabilidade da região.

Flagelo de uma guerra

Na resolução, os países-membros da ONU ressaltaram que as operações militares da Rússia dentro do território soberano da Ucrânia estão numa escala que a comunidade internacional não via na Europa há décadas.

A resolução diz que é preciso uma ação urgente para salvar esta geração do flagelo de uma guerra, condena a decisão russa de aumentar suas forças nucleares e expressa grave preocupação com a deterioração da situação humanitária ao redor da Ucrânia, com o aumento do número de deslocados internos e com o impacto global e o aumento da insegurança alimentar no mundo, uma vez que a Ucrânia é considerada um dos maiores exportadores de grãos e produtos agrícolas do planeta.

A resolução da Assembleia Geral também menciona o Memorando sobre Garantias de Segurança em Conexão com a Adesão da Ucrânia ao Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares, conhecido como Memorando de Budapeste, de 1994.

Abaixo, os 11 pontos da Resolução

1- Reafirma o compromisso com a soberania, independência, unidade e integridade territorial da Ucrânia dentro de suas fronteiras internacionalmente reconhecidas estendendo a suas águas territoriais.

2. Deplora, nos termos mais fortes, a agressão da Federação Russa contra a Ucrânia em violação com o Artigo 2 da Carta da ONU.

3. Exige que a Federação Russa cesse imediatamente o uso da força contra a Ucrânia e se abstenha de qualquer outra ameaça do uso da força contra qualquer país-membro.

4. Exige que a Federação Russa retire todas as suas forças militares do território da Ucrânia dentro de suas fronteiras, internacionalmente reconhecidas, de formas imediata, completa e incondicional.

5.  Deplora a decisão da Federação Russa de 21 de fevereiro de 2022 relacionada ao status de certas áreas das regiões da Ucrânia, Donetsk e Luhansk, como uma violação da integridade territorial e da soberania da Ucrânia e como inconsistente com os princípios da Carta.

6. Exige que a Federação Russa reverta, imediatamente, a decisão relacionada ao status de certas áreas das regiões da Ucrânia de Donetsk e Luhansk.

7. Pede à Federação Russa que cumpra os princípios da Carta da ONU e a Declaração de Relações Amistosas.

8. Conclama todas as partes a cumprir os Acordos de Minsk e coopere de forma construtiva em estruturas internacionais relevantes, incluindo no formato da Normandia e do Grupo de Contato Trilateral, em direção a sua implementação integral.

9. Exige que todas as partes permitam a passagem segura e livre a destinos fora da Ucrânia e a facilitar o acesso rápido, seguro e desimpedido à assistência humanitária para todos que precisam na Ucrânia, a proteger civis incluindo o pessoal humanitário e as pessoas em situações vulneráveis entre elas melhores, idosos, pessoas com deficiência, indígenas, migrantes e crianças, e a respeitar os direitos humanos.

10. Deplora o envolvimento da Belarus nesse uso ilegal da força contra a Ucrânia e conclama a Belarus a cumprir com suas obrigações internacionais.

11. Condena todas as violações da lei humanitária internacional e as violações e abusos dos direitos humanos, e pede a todas as partes que respeitem estritamente as provisões relevantes da lei humanitária internacional incluindo as Convenções de Genebra, de 1942.

*Com informações da ONU News.

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