Rio Branco – Acre é uma capital brasileira de 420 mil habitantes. A sensação de quem reside ou visita a desamparada cidade é de que ela foi abandonada, entregue às carapanãs… há apenas indício remoto de que existe administração pública.
Assim como na esfera da administração federal, o governo municipal rio-branquense é fortemente ideologizado, de extrema-direita e ultraliberal. O atual prefeito tomou posse em 1º de janeiro de 2021, e nomeou pessoas totalmente incapazes e despreparadas para cargos da administração pública, que praticam a anti-governança.
Nesta era de mentira e desinformação que se vive no Brasil, de discurso de ódio nas redes sociais – época de intolerância e extremismo – muitas vezes temos a sensação de que o humor político parece soar como “piada de mau gosto” – ou algo fora de lugar.
Frente à grande tragédia humana, social e política que se abateu sobre o país, neste período obscurantista e estúpido, podemos perguntar:
– Há motivo para rir? Rir de que?
Além disso, muitos comediantes de stand up (espetáculos de humor) têm se tornado grotescos, destilando preconceitos, xenofobia e racismo, na tentativa de fazer a plateia rir, gargalhar.
Porém, apesar desta triste realidade, a sátira política nas redes sociais ganha ares de resistência. A sátira política se renova, sobrevive como crítica e protesto social. O uso do humor como instrumento para ridicularizar ações bizarras e nefastas de atores políticos, muitas vezes medíocres e caricatos, totalmente despreparados para o nobre exercício das funções públicas.
Assim surgiu o ‘meme’ nas redes sociais. A palavra meme significando uma imagem ou mensagem em tom jocoso ou irônico, de sátira política e social, que passa a ser intensamente compartilhada no Twitter, Instagram, Facebook, WhatsApp e outras mídias.
Desgoverno na capital do Acre, Rio Branco
Rio Branco é uma capital brasileira de 420 mil habitantes. A sensação de quem reside ou visita a desamparada cidade é de que ela foi abandonada, entregue às carapanãs… há apenas indício remoto de que existe administração pública.
Assim como na esfera da administração federal, o governo municipal rio-branquense é fortemente ideologizado, de extrema-direita e ultraliberal. O atual prefeito tomou posse em 1º de janeiro de 2021, e nomeou pessoas totalmente incapazes e despreparadas para cargos da administração pública, que praticam a anti-governança. O critério para tais improprias nomeações foi o escancarado nepotismo – nomeação de parentes, aderentes e afilhados políticos para funções governamentais, sem qualificações profissionais ou atributos organizacionais.
Esses novos funcionários, a começar do prefeito e secretariado, por incompetência e ignorância, não exercem governança, não administram a ‘coisa pública’, e sim vivem em permanente campanha politico-eleitoral, preocupados apenas com a possibilidade do continuísmo – e não perderem as benesses do poder.
O prefeito ‘Tião Bocazul’
Como não tem competência para governar a capital, o prefeito Tião Bocalom vive em permanente campanha político-ideológica. Ele associou o seu nome e seu ‘governo’ à cor azul, que é a cor do partido de extrema-direita ao qual é filiado, o PL – Partido Liberal.
Dessa maneira, quando da decoração natalina de dezembro de 2021, onde substituiu a tradicional cor vermelha do Papai Noel pela cor azul, causou estranhamento, indignação e protestos dos moradores da cidade, já arrependidos de nele terem votado.
Todavia, pasmem, o tal prefeito e seus prepostos, reincidiram no tresloucado gesto, e contra as regras de trânsito internacionalmente convencionadas, criou a “faixa azul” para pedestres.
De imediato, a população local passou a protestar contra o desatino, de maneira bem-humorada, ridicularizando a estapafúrdia decisão através de criativos memes e contundentes comentários.
Insanidade mental?
No Facebook, um internauta postou um comentário desconfiando da sanidade mental do diretor de trânsito da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (RBTRANS) de Rio Branco, o ex-vereador João Marcos Luz (MDB), pois a extravagante pintura de faixas de pedestre é irregular e ilegal. É contrário ao Código de Trânsito Brasileiro.
Especialistas de legislação de trânsito atestam que motoristas infratores, que invadam essas supostas “faixas de pedestre” ou nelas estacionem, têm o direito de requerer a anulação de multas, por exemplo, devido a irregularidade das faixas. Tais especialistas também deram o parecer de que esta atitude da prefeitura, de criar a faixa azul, se caracteriza como improbidade administrativa, passível de punição aos servidores públicos que a cometeram.
Não contente com o seu desatino, e possivelmente tentando bajular o prefeito, o tal diretor de trânsito de Rio Branco ameaça pintar as ciclovias da cidade de azul… Enquanto isso, a sociedade se defende criativamente, através da produção de memes, satirizando as exdrúxulas medidas.
Observem os memes nesta postagem, sátira política como protesto, frente ao absurdo.