O governo Michel Temer | Por Joaci Góes 

Em 12 de dezembro de 2018, na condição de presidente da República, Michel Temer discursava sobre a sanção da Lei decorrente da Medida Provisória nº 846.
Em 12 de dezembro de 2018, na condição de presidente da República, Michel Temer discursava sobre a sanção da Lei decorrente da Medida Provisória nº 846.

Para o casal amigo Andréia e Alisson Cardoso!

Nenhum Presidente da República Brasileira cumpriu tanto à risca o que prometeu, no seu primeiro dia de mandato, em 31 de agosto de 2016, quanto Michel Temer que recebeu na pia batismal o nome de Michel Miguel Elias Temer Lulia. Antes da assunção definitiva, ele exerceu, provisoriamente, a presidência, durante o processo de impeachment de Dilma Rousseff – de quem foi vice-presidente -, nos dois mandatos, ao longo dos 111 dias entre 16 de maio e 31 de agosto.

37º Presidente da República, o Doutor em Direito Constitucional, contista, cronista e poeta Michel Temer, oriundo de família de origem libanesa, dedicada a atividades agrícolas, nasceu na cidade de Tietê, São Paulo, a 23 de setembro de 1940. De oficial de gabinete da Secretaria de Educação, paralelamente ao magistério universitário, ascendeu a Procurador Geral e Secretário de Segurança Pública. Antes de chegar à curul do Poder Executivo, ele cumpriu seis mandatos como deputado federal, o primeiro dos quais como Constituinte. Em três desses mandatos, Temer presidiu a Câmara dos Deputados. Poucos chegaram tão preparados para o exercício do mandato presidencial, na história de nosso País, como os resultados de sua elogiada gestão vieram a confirmar.

Ao assumir, Temer anunciou suas prioridades: restaurar a dignidade orçamentária; iniciar o processo de reforma previdenciária e garantir a segurança jurídica e estabilidade política. Atirou na mosca! De fato, era o de que o País mais necessitava, para caminhar na direção da normalidade. O congelamento do orçamento por vinte anos, através da Emenda Constitucional 241, condenado pela incompetência de plantão, revelou-se medida imediatamente protetora do Erário.

Seguiu-se a flexibilização da obsoleta Consolidação das Leis do Trabalho, de 1943, de tão benéficas consequências para o desenvolvimento nacional e elevação das taxas de empregabilidade, notável conquista modernizadora, neste momento ameaçada por uma das candidaturas presidenciais. Basta que se diga que o Brasil, com uma população correspondente a, apenas, 2,75% da população mundial, respondia por 90% das reclamações trabalhistas processadas nos tribunais de todo o Planeta!

Diante da escalada da violência, Temer teve a coragem cívica de intervir no Rio de Janeiro, recorrendo a tropas federais, para combater o crime organizado.

Inteligente e culto, Temer sabia que cada uma dessas distintas medidas saneadoras possuía elevado potencial de impopularidade, conquanto indispensáveis para devolver à normalidade o caótico ambiente econômico e social deixado por sua antecessora, sob cujo governo, nos dois primeiros anos do segundo mandato, o PIB brasileiro caiu, respectivamente, 3,8% e 3,4%, acumulando uma queda de 7,2%, a maior desde 1947! Ele optou por seguir a lapidar lição de Winston Churchill, ao distinguir: “Políticos atuam pensando na próxima eleição; enquanto estadistas decidem com o pensamento orientado pelos interesses da próxima geração”.

Essa breve reflexão vem a propósito do difícil momento político que atravessamos, com a família brasileira dividida, como nunca, entre duas correntes majoritárias que não, apenas, se antagonizam, como é próprio das disputas democráticas, mas tangenciam um clima de ódio que forma um caldo de cultura que torna muito difícil a conquista dos avanços de que tanto necessitamos para alcançar o patamar civilizatório com que sonhamos.

Tentadas, em vão, múltiplas vias para encontrarmos um terceiro caminho, não seria o caso de deixarmos interesses partidários, de grupos e de lideranças individuais, e convocarmos um Presidente que deu certo, como Michel Temer, para restaurarmos nossa paz coletiva?

*Joaci Fonseca de Góes, advogado, jornalista, empresário, ex-deputado federal constituinte e presidente do Instituto Histórico e Geográfico da Bahia (IGHB).

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Joaci Góes, advogado, jornalista, empresário, presidente do Instituto Histórico e Geográfico da Bahia (IGHB), ex-deputado federal e ex-presidente da Academia de Letras da Bahia (ALB).