A onda de frio extremo no Canadá e Estados Unidos que já dura seis dias provocou ao menos 57 mortes. A estimativa é que 60% da população norte-americana tenha sido afetada pelo frio extremo. Algumas regiões ainda enfrentam problemas no fornecimento de energia elétrica.
As autoridades confirmaram mortes em 12 estados norte-americanos. A maioria das vítimas são da região de Buffalo, estado de Nova York, mas também foram registrados óbitos no Colorado, Kansas, Kentucky e Michigan.
As baixas temperaturas e nevascas desse feriado de Natal foram as piores dos últimos 50 anos. Algumas cidades como Chicago e Boston enfrentaram temperaturas negativas de até -28°C.
O frio foi intenso em estados onde o inverno não costuma ser tão rigoroso, como na Geórgia, que registrou -5°C na segunda-feira e -13°C no último sábado.
A previsão para esta terça-feira (27/12/2022) é de que na Costa Leste e Nordeste, as temperaturas subam um pouco, principalmente na área de Nova York, uma das regiões mais afetadas pelas nevascas.
No entanto, ainda há bastante neve acumulada. Em alguns lugares em Nova York, as ruas chegam a ter 30 centímetros de neve. O maior perigo é o gelo que torna rodovias e ruas escorregadias, e alguns locais intrafegáveis. A orientação das autoridades federais e estaduais é para que as pessoas evitem sair de casa nessa terça-feira.
Tumulto nos aeroportos
Pelo sexto dia consecutivo, os aeroportos norte-americanos estão lotados com muitas filas e passageiros.
Na segunda-feira, mais de 2.600 voos foram cancelados, subindo para 12 mil o número de voos cancelados desde o início da onda de frio.
Nos aeroportos, bagagens ocupam os saguões e passageiros tentam se acomodar enquanto esperam ser reacomodados em outros voos. Há muitas reclamações de passageiros que se queixam da falta de estrutura e do caos que os fez perderem as festas de Natal.
Mudanças climáticas
Para estudiosos do clima, as mudanças drásticas na cobertura de gelo e neve do Ártico— que está se tornando mais quente— têm relação com ondas de frio como essa registrado na América do Norte.
O Centro de Estudos de Mudanças Climáticas de Woodwell, em Massachusetts, divulgou um estudo em que aponta que o aquecimento do Polo Norte faz com o que o ar polar chegue mais facilmente a regiões mais ao sul. O trabalho mostra ainda que esse fenômeno tem se repetido nos últimos três anos.
Com essa alteração no padrão atmosférico, lugares de inverno mais ameno, como o Texas e a Flórida, estão enfrentando frentes frias inesperadas, com ventos polares.
Essa mudança tem provocado também eventos inesperados no verão do hemisfério Sul, que tem registrado frentes frias em plena estação de calor.
*Com informações da RFI.
