Nesta terça-feira (24/10/2023), o governo federal anunciou a exoneração de três servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), incluindo o terceiro principal cargo do órgão, o secretário de Planejamento e Gestão, Maurício Fortunato Pinto. Essas exonerações ocorrem após a recente operação da Polícia Federal (PF) que investiga o rastreamento ilegal de celulares por servidores da Abin. Os servidores já haviam sido afastados de seus cargos após a operação da PF na última sexta-feira (20), que incluiu mandados de busca e apreensão em várias localidades, incluindo a sede da Abin.
Os ex-servidores serão submetidos a processos administrativos internos em decorrência das ações investigadas pela PF. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, explicou que a exoneração foi uma consequência do afastamento dos servidores ordenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Costa afirmou que aqueles afastados “não têm condições de ficar ocupando cargo” e que a exoneração permitirá que eles façam suas defesas pessoais com maior liberdade.
A investigação da PF aponta o uso ilegal de um software de monitoramento chamado FirstMile, que teria sido utilizado milhares de vezes para rastrear jornalistas, ministros e opositores do governo anterior. Esse monitoramento teria ocorrido por meio do GPS dos celulares das vítimas. A ferramenta era produzida por uma empresa israelense e teria sido usada durante os primeiros três anos do governo de Jair Bolsonaro. A Abin afirma que o software foi descontinuado em maio de 2021.
Durante esse período, o diretor da Abin era Alexandre Ramagem, que atualmente é membro do mesmo partido político que o ex-presidente Bolsonaro, o Partido Liberal (PL). Ramagem se elegeu deputado federal pelo Rio de Janeiro no ano passado e também está sob escrutínio dos investigadores da PF.
*Com informações da Sputnik News.
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