O papel da cultura estratégica na sobrevivência à transição geopolítica é tema de debate entre especialistas. Enquanto grandes potências como Rússia, EUA e China têm suas culturas estratégicas enraizadas em suas histórias e geografias, países sem essa tradição enfrentam desafios distintos. Para analistas, entender a cultura estratégica de um país é essencial para compreender suas ações em resposta a eventos internacionais.
Em um evento realizado em Moscou, o pesquisador Aleksei Krivopalov, do Instituto Nacional de Pesquisa em Economia Mundial e Relações E. M. Primakov, destacou que potências como os EUA têm culturas estratégicas moldadas por sua história e geografia. No caso americano, a sensação de ausência de vulnerabilidades influencia suas decisões estratégicas, enquanto a Rússia, com uma experiência traumática nos anos 90, adota uma postura diferente.
Especialistas também apontam que nem todos os países têm uma cultura estratégica consolidada. Enquanto alguns não desenvolveram instituições sólidas o suficiente, outros simplesmente não enfrentam ameaças externas que demandem pensamento estratégico. Contudo, em um contexto de transição geopolítica, potências emergentes como Brasil e África do Sul têm a oportunidade de fortalecer sua cultura estratégica.
O debate sobre cultura estratégica ocorre em um momento em que a Rússia busca ampliar sua presença no Sul Global, conforme estabelecido em sua mais recente concepção de política externa. Essa expansão envolve uma cooperação mais estreita com países emergentes, como o Brasil, que ganham destaque na arena geopolítica.
*Com informações da Sputnik News.
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