Na sequência de uma eleição parlamentar disputada, Luís Montenegro, líder da direita portuguesa, foi nomeado primeiro-ministro de Portugal nesta quinta-feira (21/03/2024). Embora sua vitória nas urnas tenha sido estreita, Montenegro enfrenta o desafio de formar um governo minoritário em um cenário político onde a extrema direita está claramente em ascensão, emergindo como a terceira força política do país. O advogado de 51 anos e veterano parlamentar sucede o socialista António Costa, que ocupava o cargo desde o final de 2015. A coalizão de direita Aliança Democrática (AD), liderada por Montenegro, obteve 28,8% dos votos e 80 deputados, deixando-o bem abaixo da maioria absoluta de 116 deputados necessários para governar. Apesar disso, Montenegro expressou sua prontidão para liderar um governo minoritário.
Montenegro planeja revelar a composição de seu governo na próxima semana, em 2 de abril, quando assumirá o cargo oficialmente. A decisão do presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, de nomear Montenegro como primeiro-ministro veio após a confirmação dos resultados eleitorais, anunciados pela Comissão Eleitoral Central. No entanto, a estreita margem de vitória da AD sobre o Partido Socialista (PS), que obteve 28% dos votos e 78 cadeiras no parlamento, destaca o desafio que Montenegro enfrentará para garantir a estabilidade governamental em meio a um cenário político fragmentado.
A ascensão da extrema direita, representada pelo partido Chega, também influencia o panorama político português. O Chega, liderado por André Ventura, fortaleceu sua posição como a terceira força política do país, conquistando 50 deputados e 18,1% dos votos. Apesar da possibilidade de formar uma maioria estável, Montenegro reiterou sua recusa em cooperar com a extrema direita, enquanto o PS expressou disposição para negociar emendas orçamentárias específicas, mas não o orçamento do Estado para 2025.
Nesse contexto, o novo governo enfrentará seu primeiro desafio ao tentar aprovar o orçamento sem uma maioria clara no parlamento. Esse governo, embora condenado à negociação, não é necessariamente instável, já que nenhum ator político tem interesse em desencadear uma crise a curto prazo. No entanto, qualquer impasse futuro pode exigir a intervenção do presidente Rebelo de Sousa como mediador, já que ele não poderá dissolver o parlamento novamente nos próximos seis meses.
*Com informações da RFI.
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