Tragédia no Rio Grande do Sul: Reconstrução e adaptação às mudanças climáticas em debate

Especialistas defendem a implementação de estratégias de adaptação e mitigação de impactos climáticos para evitar futuras catástrofes.
Especialistas defendem a implementação de estratégias de adaptação e mitigação de impactos climáticos para evitar futuras catástrofes.

A recente tragédia no Rio Grande do Sul, marcada por enchentes devastadoras, trouxe à tona a urgência de discutir e implementar medidas de adaptação às mudanças climáticas. A reconstrução das cidades gaúchas e a adaptação dos territórios urbanos exigem uma mudança de paradigma, combinando a mitigação de impactos climáticos com a preservação de recursos naturais e modelos baseados em soluções da natureza. Esta é a avaliação de especialistas ouvidos pela Agência Brasil.

Igor Travassos, coordenador de Justiça Climática do Greenpeace Brasil, destaca a necessidade de adaptação à realidade de eventos climáticos extremos.

“Não adianta reconstruir as coisas do mesmo jeito, já entendemos que as estruturas vão ser impactadas onde o nível do rio chega”, afirma.

Ele defende um processo participativo de reconstrução das cidades afetadas pelas enchentes, envolvendo a população local e pesquisadores.

Travassos enfatiza que a prevenção e a resposta a esses eventos devem ser uma prioridade em todas as esferas de governo.

“Adaptar-se a essa realidade é garantir, sobretudo, o direito constitucional à vida das pessoas. Há pessoas morrendo diante de eventos climáticos extremos, precisamos assegurar políticas públicas que garantam a vida dessas pessoas”, diz.

Entre as ações necessárias, estão o incentivo à cultura de prevenção e a implementação de planos de adaptação às mudanças climáticas e de gestão de risco e desastre. No entanto, ele ressalta que esses planos precisam sair do papel.

“O que precisamos é de vontade política e orçamento público destinado à efetivação desses planos. Prevenção e adaptação às mudanças climáticas devem ser prioridade em orçamento e ações do poder público, seja municipal, estadual ou federal”, destaca Travassos.

O Greenpeace Brasil identificou que, em 2023, apenas R$ 7,6 milhões da Lei Orçamentária Anual (LOA) do Rio Grande do Sul foram destinados à Defesa Civil, de um total de mais de R$ 80 bilhões. Esse montante representa apenas 0,009% da receita total do estado, o que Travassos considera “escandaloso”. Ações específicas de prevenção, resposta, emergência e reconstrução receberam ainda menos, cerca de R$ 5 milhões.

*Com informações da Agência Brasil.

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