Declarações de general Eduardo Villas Bôas “ameaçam democracia” no Brasil, diz Anistia Internacional

Eduardo Dias da Costa Villas Bôas.
Eduardo Dias da Costa Villas Bôas.

 

Eduardo Dias da Costa Villas Bôas.
O general Eduardo Dias da Costa Villas Bôas, comandante do Exército Brasileiro.

A Anistia Internacional divulgou nesta quarta-feira (04/04/2018) uma nota de repúdio à declaração do General Eduardo Dias da Costa Villas Boas, comandante do Exército brasileiro. Ele expressou em seu Twitter na noite desta terça-feira (3) um “repúdio à impunidade”, às vésperas do julgamento do habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e disse que o Exército estaria “atento às suas missões institucionais”. A OAB também criticou a declaração  do militar e falou em “retrocesso”.

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia, também se manifestou dizendo que o respeito às decisões da Justiça é fundamental para a democracia do país, “independentemente dos vencedores e dos vencidos”.

A nota da Anistia Internacional, divulgada em caráter “urgente” nesta quarta-feira (4), afirma textualmente que “as declarações do comandante do Exército, General Villas Boas”, são “uma grave afronta à independência dos poderes, ao devido processo legal, uma ameaça ao Estado democrático de Direito e sinalizam um desvio do papel das Forças Armadas no Brasil.

Claudio Lamachia, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), também criticou a publicação do general Villas Boas, dizendo, em nota oficial, que “não existe solução para o país fora da Constituição e da democracia. Segundo ele, qualquer tentativa de “retrocesso” deve ser “repudiada pela sociedade”. Sem citar o nome do comandante do Exército ou do ex-presidente, Lamachia termina a nota oficial dizendo que “Para os males da democracia, mais democracia. Não podemos repetir os erros do passado!”.

Twitter publicado pelo general Eduardo Villas Boas nesta terça-feira (3).

Reprodução Twitter

A Anistia Internacional denunciou ainda uma escalada do uso da força militar no Brasil. Segundo a ONG, “O avanço do militarismo através das operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e, mais recentemente, com a intervenção federal no Rio de Janeiro são uma ameaça crescente ao estado democrático de direito”.

O órgão internacional termina o texto dizendo que se trata de um momento “crucial” na história do país. “A Anistia Internacional se posiciona fortemente contra o militarismo, contra o desvio de função das Forças Armadas e abuso do uso da força, contra a impunidade das graves violações cometidas pelos agentes do estado. A sociedade brasileira precisa se posicionar a favor do estado democrático de direito, do devido processo legal e da garantia dos direitos humanos”, finaliza o documento.

*Com informações do RFI.

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