Em nota encaminhada nesta sexta-feira (03/06/2022) ao Jornal Grande Bahia (JGB), a Administração Central da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) contesta a análise crítica apresentada pelo veículo de imprensa na matéria ‘25 mil alunos se formaram pela UEFS em 46 anos; Média anual é de pouco mais de 500 estudantes e custo é estimado em R$ 470 mil por formando’, nos seguintes termos:
— Em matéria publicada por este jornal [Jornal Grande Bahia] no dia 31 de maio, sobre o aniversário de 46 anos da Universidade Estadual de Feira de Santana, foi divulgado um suposto indicador sobre a instituição que não condiz com a realidade. Ao dividir 25 mil alunos graduados pelos 46 anos de atuação da Uefs, a matéria chega ao resultado “médio” de 550 alunos formados por ano. Esse quantitativo foi então dividido pelo orçamento de 2021 (R$ 260 milhões), levando à conclusão totalmente errônea de que cada aluno custaria R$ 470 mil do orçamento destinado à Uefs.
— Esta abordagem metodológica está equivocada e falha por não refletir a complexidade das atividades e o emprego do orçamento da instituição. Em primeiro lugar, porque desde a sua criação, em 1976, a Uefs teve um vigoroso processo de crescimento do ensino, da pesquisa e da extensão. Se tomarmos a face mais visível da instituição, o ensino de graduação, houve um salto de sete cursos iniciais para 31 cursos atualmente. E o orçamento, consequentemente, esteve proporcional aos diferentes momentos dessa trajetória, e não igual ao que é executado atualmente. Em segundo lugar, uma universidade pública investe recursos também na infraestrutura (obras e manutenção), pesquisa, pós-graduação, extensão, cultura, assistência estudantil (Restaurante Universitário, Residências Universitárias e bolsas estudantis) internacionalização e na folha de pagamento de pessoal. Esses investimentos não estão vinculados apenas ao número de alunos de graduação, uma vez que as ações da universidade alcançam a comunidade externa. Nenhum desses elementos foi abordado na matéria publicada por este veículo, sonegando ao leitor o direito de conhecer amplamente o papel das universidades públicas.
— É preciso esclarecer, ainda, que este custo médio anual não pode ser visto como aplicação no ensino de graduação de forma isolada, já que a formação em nível universitário possui um caráter integrado à pesquisa e à extensão. Todos esses elementos convertem o orçamento público em ações com impacto positivo na cultura, na educação, na saúde, na tecnologia, na economia local e no desenvolvimento social, beneficiando a população com diversos serviços oferecidos majoritariamente de forma gratuita.
— A Uefs possui quatro museus, que recebem 25 mil visitas de estudantes da Educação Básica por ano. O Centro Universitário de Cultura e Arte oferece oficinas de dança, música, teatro e artes plásticas com 4 mil matrículas por ano. E a Feira do Livro (Flifs) contribui para a formação de leitores, sendo visitada por cerca de 60 mil pessoas na sua última edição. O patrimônio cultural tem sido valorizado com a realização do Festival de Sanfoneiros e do Bando Anunciador da festa de Nossa Senhora Santana. A Uefs é o maior vetor de desenvolvimento cultural de Feira de Santana.
— Na área da saúde, as clínicas odontológicas realizam cerca de 10 mil procedimentos por ano, atendendo a população carente. O Ambulatório de Saúde da Uefs, inaugurado em agosto de 2021 e funcionando em parceria com a Prefeitura Municipal de Feira de Santana, realizou 9,6 mil atendimentos, incluindo pacientes com sequelas da COVID-19.
— No programa de extensão Universidade Aberta da Terceira Idade, mais de mil idosos são atendidos por ano em oficinas que promovem o bem-estar dos participantes. Esse público também é atendido na Farmácia Universitária da UEFS e no Serviço de Saúde Universitário.
— Os cursos de licenciatura atuam em diversos programas que interagem com a Educação Básica em 25 municípios da Bahia, e projetos específicos para a Educação no Campo têm atuação em 19 municípios baianos, visando a melhoria da qualidade da Educação Básica na zona rural.
— Ações de melhoria da renda alcançam agricultores familiares, através da Incubadora de Economia Popular e Solidária, e populações indígenas e quilombolas. Estudos econômicos trazem indicadores da cesta básica, do preço dos combustíveis e da empregabilidade da população, permitindo conhecermos melhor a economia feirense. Como pode ser observado, esse conjunto de ações implica em investimentos adequados que fazem parte do orçamento da universidade.
— Esses são alguns dos muitos impactos positivos que a Uefs provoca na sociedade baiana, resultado da sua trajetória de sucesso, eficiência na aplicação dos recursos públicos e compromisso social. Isso só é possível por causa da existência de servidores docentes e técnico-administrativos e discentes dedicados à missão da Uefs de produzir e difundir o conhecimento para o bem-estar da sociedade baiana. Isto posto, refutamos as informações prestadas por este jornal que contribuem para o cenário de ataque e desmonte dos serviços públicos, e da universidade pública brasileira como um todo.
— Feira de Santana, 3 de junho de 2021
— Administração Central da Uefs
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