Enzo Fernández: o meia que sonhou jogar com Messi e agora tem o mundo aos seus pés

Enzo Fernández foi um dos únicos cinco atletas do time comandado por Scaloni a atuar todos os 120 minutos da decisão.
Enzo Fernández foi um dos únicos cinco atletas do time comandado por Scaloni a atuar todos os 120 minutos da decisão.

Um humilde, quase surpreso sorriso tomou conta do rosto de Enzo Fernández enquanto ele subia o pódio no último domingo (18/12/2022), para receber o prêmio de Melhor Jogador Jovem.

Por ao menos um instante, o meio-campista de 21 anos se viu separado de seus colegas, que comemoravam o reconhecimento a seu percurso no Qatar, deixando o banco de reservas para se tornar um dos protagonistas na campanha do time. É, sem dúvida, uma das histórias mais marcantes daquela que foi uma inesquecível edição da Copa do Mundo FIFA.

Fernández chegou tarde à “Scaloneta”, como a equipe acabou sendo eternizada em referência ao técnico Lionel Scaloni. O jovem jogador do Benfica estreou apenas em setembro, entrando no segundo tempo da vitória de 3 a 0 em amistoso contra Honduras. Foi quando ele também realizou um dos sonhos que sempre carregou: atuar ao lado de Lionel Messi.

“Jogar ao lado de Leo me dá uma alegria enorme”, disse Fernández ao fim daquela partida. “É um sonho realizado”, completou.

Menos de três meses depois, era Messi quem se derretia em elogios ao meia, se referindo a ele como “um garoto espetacular” depois de toda a parceria que construíram ao longo de sete jogos.

Não foram apenas suas atuações nos testes finais pré-Copa, no entanto, que definiram a sua entrada na lista de 26 nomes. Pesou também a forma como rapidamente se adaptou no Benfica, chegando do River Plate em julho e saltando diretamente para a equipe. O seu impacto foi tamanho que, poucas semanas depois, ele estava cruzando com Messi, mas do lado contrário, em confronto pela UEFA Champions League.

Titular absoluto desde o seu primeiro dia em Lisboa, ele foi destaque na surpreendente campanha dos portugueses, que encerraram a fase de grupos europeia à frente do PSG e também da Juventus.

Em 28 jogos disputados na temporada, ainda não sabem o que é derrota – foram 23 derrotas e cinco empates até aqui. E parte fundamental disso passa pelos pés de Fernández, que mostrou desde o princípio ser um talento especial. Ele contribuiu não só na fase defensiva, mas também mais à frente. Os três gols e cinco assistências falam por si só.

Toda a sua qualidade na finalização ficou evidente no jogo decisivo contra o México, ainda pela fase de grupos do Mundial, quando acertou um chuto no ângulo de Guillermo Ochoa para selar a vitória de 2 a 0 sobre o México. Ele saiu do banco de reservas naquele dia, mas não voltaria mais para lá até o seu fim.

Coincidentemente, a partir do momento em que ganhou a vaga de titular, toda a equipe cresceu também de rendimento. Alinhando ao lado de Alexis Mac Allister e Rodrigo De Paul, Fernández deu a intensidade que os argentinos haviam se ressentido até então na ausência de Giovani Lo Celso, cortado por lesão. Subindo e descendo a todo o momento, ele encerrou o torneio com 22 roubadas de bola, atrás apenas de Mateo Kovacic e Achraf Hakimi.

Mesmo com relativa pouca experiência, esteve em seu melhor nos primeiros 70 minutos da final contra a França. Depois, claro, Kylian Mbappé entrou em ação e mudou a história que se desenhava para o duelo. Foi preciso muita determinação e resiliência para soltar o grito de campeão após o desfecho dramático nos pênaltis.

Fernández foi um dos únicos cinco atletas do time comandado por Scaloni a atuar todos os 120 minutos da decisão.

Momento depois de receber o merecido prêmio de Melhor Jogador Jovem, o seu sorriso acanhando se transformou em festa desenfreada quando ele voltou a se reunir com os seus colegas.

Seis anos antes, o mesmo Fernández havia escrito uma carta aberta no Facebook pedindo a Messi para que reconsiderasse a sua aposentadoria da seleção. Parecia estar suplicando a ele paciência para que o aguardasse. Agora estava ali no gramado enquanto o seu herói erguia o troféu sonhado por todo um país desde 1986.

“Por favor, não vá, Leo”, rabiscou. “Ver você jogar de azul e branco é o maior orgulho do planeta. Fique e se divirta”, completou.

Felizmente para Enzo e todo o fã de futebol, Messi fez exatamente isso, seguindo para ganhar o maior prêmio possível no futebol.

E com a ajuda de um meio-campista que tem agora o mundo aos seus pés.

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