Depoimento de sargento divide opiniões na CPMI e levanta suspeitas sobre transações financeiras

Luis Marcos dos Reis, sargento ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro durante depoimento na CPI.
Luis Marcos dos Reis, sargento ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro durante depoimento na CPI.

A sessão da CPMI do 8 de Janeiro, ocorrida nesta quinta-feira (24/08/2023), trouxe à tona um depoimento que gerou divisões entre parlamentares governistas e da oposição. O sargento do Exército Luis Marcos dos Reis, que fazia parte da equipe de ajudantes de ordens de Jair Bolsonaro, prestou esclarecimentos sobre suas movimentações financeiras e sua participação nos atos do 8 de janeiro. Enquanto parlamentares ligados ao governo apontaram contradições e destacaram relatórios de inteligência financeira como indicativos de transações atípicas no entorno do ex-presidente, a oposição argumentou que o foco da investigação está sendo desviado para encobrir possíveis omissões do governo federal.

O depoente alegou que as movimentações financeiras identificadas nos relatórios de inteligência se originaram de um consórcio entre militares, gerenciado por ele, e da venda de um carro para o tenente-coronel Mauro Cid. Contudo, as movimentações levantaram suspeitas, pois somaram cerca de R$ 3 milhões entre fevereiro de 2022 e janeiro de 2023, quantia considerada incompatível com sua remuneração mensal de R$ 10 mil a R$ 13 mil.

A relatora da CPMI, Eliziane Gama, ressaltou a importância de investigar essas movimentações, buscando possíveis conexões com financiadores dos atos do 8 de janeiro. Ela também trouxe à tona repasses feitos por uma empresa que teria vínculos com o governo federal e realizava transferências para a conta do sargento. No entanto, o depoente alegou desconhecimento sobre a propriedade da empresa.

Enquanto governistas defendiam que o depoimento do sargento revelava a existência de um “emaranhado de transações atípicas”, a oposição argumentava que o foco estava sendo desviado da investigação sobre possíveis omissões das forças de segurança durante os atos. Também surgiram discussões sobre a participação do sargento nos atos do 8 de janeiro, com a oposição enfatizando que o depoente teria demonstrado comemoração em mensagens trocadas com outras pessoas.

Em relação às suspeitas de pagamento à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, o depoente se recusou a responder, invocando o direito de não produzir provas contra si mesmo. O depoimento também levantou questões sobre a legalidade de transações de consórcios, com o senador Fabiano Contarato alertando para a necessidade de autorização do Banco Central.

No encerramento da sessão, o clima esquentou entre o presidente da comissão, Arthur Maia, e o deputado Mauricio Marcon, que acusou o presidente de não agendar convocações que investiguem o governo e o comando das Forças Armadas. Maia anunciou que colocará todos os requerimentos em votação na próxima reunião.

A CPMI do 8 de Janeiro enfrenta um ambiente de polarização política e divergências sobre o direcionamento das investigações. Com prazo curto para concluir seus trabalhos, a comissão tenta avançar em suas investigações, com a oposição focada em identificar possíveis omissões das forças de segurança e a base governista buscando elucidar questões relacionadas às movimentações financeiras e aos atos do 8 de janeiro.

*Com informações da Agência Senado.

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