Presidente do Banco Central presta contas ao Senado sobre decisões monetárias e inflação; Roberto Campos Neto defende juros extorsivos de 180% ao ano no parcelado do Cartão de Crédito

Roberto Campos Neto, presidente do BC nomeado pelo presidente Jair Bolsonaro, explica juros extorsivos cobrados pelo sistema bancário nacional.
Roberto Campos Neto, presidente do BC nomeado pelo presidente Jair Bolsonaro, explica juros extorsivos cobrados pelo sistema bancário nacional.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, compareceu ao Senado nesta quinta-feira para responder às perguntas dos senadores sobre as decisões recentes do Comitê de Política Monetária (Copom) e as perspectivas econômicas do país. O encontro aconteceu nesta quinta-feira (10/08/2023), uma semana após o Copom ter reduzido a taxa Selic de 13,75% para 13,25%, marcando o primeiro corte após quase três anos de estabilidade, mas mantendo os juros em patamar extorsivo, sendo avaliado como maior do mundo.

Juros de 180% ao ano

Em outra frente em defesa dos juros extorsivos praticados pelos bancos e operadoras de cartão de crédito, Roberto Campos Neto explicou que a ideia é substituir o crédito rotativo, que cobra juros de cerca de 15% ao mês, cerca de 450% por um parcelamento automático do saldo devedor, com juros de cerca de 9% ao mês, equivante a 180% ao ano. Assim, quem não pagar o valor total da fatura até o vencimento iria direto para o parcelamento, sem passar pelo rotativo.

“Uma solução e a solução está se encaminhando para que não tenha mais rotativo, que o crédito vá direto para o parcelamento. Que seja uma taxa ao redor de 9% [ao mês]. Você extingue o rotativo. Quem não paga o cartão, vai direto para o parcelamento ao redor de 9% [ao mês]”, declarou Campos Neto

Debate sobre a inflação do país

O foco principal da sessão especial foi a explicação das decisões relacionadas à inflação e à estabilidade financeira durante o último semestre. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, elogiou a medida de redução da taxa de juros, destacando que o controle institucional demonstra maturidade e ressaltou a importância da autonomia do Banco Central.

Campos Neto apresentou esclarecimentos sobre diversos temas, incluindo o regime de metas de inflação no Brasil, expectativas de inflação no cenário global, desempenho econômico, efeito das decisões de política monetária e outras questões ligadas à economia do país. Durante a sessão, respondeu às preocupações dos senadores e forneceu informações detalhadas sobre os desafios econômicos e as estratégias adotadas pelo Banco Central.

Um dos tópicos abordados foi a autonomia do Banco Central e sua influência na inflação. O presidente do BC enfatizou que a inflação tende a diminuir à medida que a autonomia da instituição aumenta, e ressaltou a importância de buscar um equilíbrio entre o controle da inflação e o impacto nas taxas de juros.

Quando questionado sobre as expectativas futuras em relação aos juros reais, Campos Neto reconheceu que eles estão relativamente altos, mas expressou confiança de que, com o cumprimento das metas fiscais, a trajetória dos juros será mais baixa e estável.

O presidente do Banco Central reforçou a importância das reformas estruturais, como a reforma tributária, para melhorar a eficiência da economia brasileira. Ele destacou a necessidade de otimizar a cadeia produtiva e aumentar a eficiência da produção em várias áreas.

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