Sessão Solene no Congresso Nacional destaca contribuição da Maçonaria na Independência do Brasil

20 de agosto, Dia do Maçom foi lembrado em sessão solene do Congresso Nacional.
20 de agosto, Dia do Maçom foi lembrado em sessão solene do Congresso Nacional.

Participantes de sessão solene para comemorar o Dia do Maçom, nesta sexta-feira (18/08/2023), celebrado em 20 de agosto, lembraram que a maçonaria teve papel fundamental na Independência do Brasil e disseram que a organização deve se empenhar em preservar princípios democráticos. A sessão foi requerida pelos senadores Izalci Lucas (PSDB-DF), Hamilton Mourão (Republicanos-RS) e pelo deputado General Girão (PL-RN).

Para Izalci, que presidiu a sessão, os maçons de hoje devem se inspirar nos colegas do passado para defender o avanço em temas como segurança pública, saúde e educação.

— Foi nesse dia [20 de agosto], em 1822, que Joaquim Gonçalves Ledo [maçom e jornalista fluminense] proferiu discurso retumbante em favor da Independência do Brasil. Disse ele ”Agora é tempo de reempossamento da liberdade (…) Os povos não são propriedade de ninguém”. A fala sensibilizou o príncipe regente [Dom Pedro I], que em poucos dias viria a proclamar a Independência (…). Aos maçons de hoje incorporaram uma grandiosa tarefa, que nos desafia a empunhar a bandeira de um novo movimento de libertação voltado para as realidades do nosso tempo. A frase que nos libertou de Portugal pode nos libertar das drogas e da violência e deve ser nossa exigência a quem foi eleito para representar o povo brasileiro. — disse.

Mourão reforçou que a maçonaria deve conservar e defender seus valores históricos. Para ele, algumas ações do Poder Judiciário têm causado crise na democracia e no Estado de direito, considerados princípios da sociedade e da organização maçônica.

Mourão reforçou que a maçonaria deve conservar e defender seus valores históricos. Para ele, algumas ações do Poder Judiciário têm causado crise na democracia e no Estado de direito, considerados princípios da sociedade e da organização maçônica.

— A maçonaria se rege por princípios e valores, que quando olhamos ao redor parece que estão sendo esmagados. Por isso, a maçonaria tem que prosseguir no seu trabalho silente. A democracia sofre por um desequilíbrio entre seus poderes. Há um peso cada vez maior no Poder Judiciário. O Estado de direito está rachado a partir do momento que arbitrariedades são cometidas pelos mais altos representantes do Poder Judiciário. Quando temos inquéritos onde os responsáveis denunciam, investigam, julgam e são vítimas, onde está o Estado de direito?

História

O deputado General Girão explicou que a maçonaria é uma associação de pessoas com interesse no desenvolvimento social e intelectual.

— Maçonaria não é uma religião, não é um partido político, tampouco um clube social. É a união de homens livres de bons costumes, uma sociedade filosófica, filantrópica e universal. Suas oficinas são chamadas lojas, encontradas nos cinco continentes do planeta. Temos segredos mas não somos secretos. Fazemos questão de valorizar diariamente a história da nossa ordem.

O envolvimento dos maçons na Independência do Brasil foi tema aprofundado pelo deputado Lafayette de Andrada (Republicanos-MG). Segundo ele, a libertação do domínio português em 1822 foi precedida por outra luta, encabeçada por maçons: a Revolução Pernambucana, em 1817. O parlamentar também apontou que a organização já teve suas liberdades cerceadas no passado.

— A maçonaria [no Brasil] se inicia no finalzinho do século 18, com o Aerópago de Itambé, em Pernambuco, Cavaleiros da Luz, na Bahia, e União, no Rio de Janeiro. Em 1808, Dom João VI vem para o Brasil e começa a difundir mais lojas. Um historiador da Universidade da Bahia descobriu um documento impresso em Londres por Hipólito da Costa [jornalista maçom e fundador de um dos primeiros jornais brasileiro, Correio Braziliense] visando à Revolução [Pernambucana] de 1817, que seria a independência do Brasil. Foi toda ela planejada pela maçonaria, os principais líderes foram fuzilados, outros presos… Em 1817, Dom João VI proíbe a maçonaria no Brasil, que cai então na clandestinidade. As ordens todas passam a se esconder de maneira secreta, até que em 1822, com a volta de Dom João VI a Portugal, a maçonaria emerge de novo — disse o deputado, lembrando que após a Independência a organização passou por novos momentos de proibição.

Segundo Izalci, a maçonaria moderna, cuja etimologia vem da palavra “pedreiro”, foi fundada inicialmente por “pedreiros de profissão, juntamente com arquitetos, pintores e outros profissionais da arte” no contexto das ideias iluministas.

Também participaram da sessão Benedito Marques Ballouk Filho, grão-mestre do Grande Oriente de São Paulo (GOSP), além do grão-mestre-geral-adjunto do Grande Oriente do Brasil (GOB), Adalberto Aluízio Eyng, o grão-mestre presidente da Confederação Maçônica do Brasil (Comab), Cristian Adrian Flores Maldonado, e o secretário-geral da Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil (CMSB), Edilson de Oliveira.

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