A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou as fraudes ocorridas nas Americanas está prestes a concluir seus trabalhos, com a votação do relatório final agendada para a próxima semana. O texto do relatório foi apresentado no dia 5, mas devido a um pedido de vista coletivo, ainda não foi apreciado. O presidente da Câmara, Arthur Lira, recentemente estendeu a vigência das comissões por mais uma semana, possibilitando que a análise do relatório final ocorra em breve.
Este relatório representa um marco significativo para o Brasil, pois oferece orientações para evitar a ocorrência de crimes financeiros semelhantes no futuro. Entre as propostas incluídas no relatório estão medidas que visam a implementação de punições mais rigorosas e a criação de incentivos para denunciantes de fraudes financeiras.
O relator da CPI apresentou quatro novos projetos de lei, baseados nas contribuições de especialistas ouvidos durante as investigações. Um desses projetos visa aprimorar a responsabilização de administradores e acionistas controladores em sociedades anônimas e também prevê ação de reparação contra auditores independentes por violação de deveres profissionais.
Outra medida importante é a tipificação do crime de “infidelidade patrimonial”, que abrange o uso indevido de patrimônio alheio para ganhos pessoais. A punição sugerida para esse delito inclui pena de reclusão de um a cinco anos, além de multa.
Além disso, a CPI propõe que a legislação conceda aos auditores acesso às informações sobre operações de crédito das empresas auditadas em posse do Banco Central.
Por fim, uma das propostas mais destacadas é a alteração na lei de proteção ao denunciante. Atualmente, essa legislação se aplica apenas a denúncias de crimes na administração pública, mas a CPI sugere expandir essas proteções para denunciantes que reportem irregularidades em organizações privadas. A proposta também aumenta a recompensa para os denunciantes de 5% para 10% do valor recuperado pelos cofres públicos devido à denúncia.
O relator da CPI acredita que essas medidas representam a contribuição mais significativa da investigação, pois visam evitar práticas fraudulentas que poderiam prejudicar a economia e a reputação do Brasil.
O presidente da CPI, o deputado Gustinho Ribeiro (Republicanos-SE), enfatiza que a Comissão adotou uma abordagem técnica durante as investigações para não prejudicar a economia do país. Ele destaca que a CPI atingiu seu objetivo ao comprovar a existência de uma das maiores fraudes financeiras e propor medidas legislativas que protegerão a economia do país, prevenindo futuros casos semelhantes aos das Americanas.
Ribeiro destaca que a CPI agiu de forma responsável, evitando desestabilizar a economia em um momento de transição. Ele ressalta que a Americanas emprega aproximadamente 40 mil pessoas, e que as medidas propostas pela CPI visam proteger empregos e famílias.
Seja o primeiro a comentar