A decisão judicial proferida neste mês de março de 2024 pela juíza Mariana Gluszcynski Fowler Gusso, da 1ª Vara de Falências e Recuperação Judicial do Paraná, reverteu o controle da Imcopa, empresa de destaque no ramo do agronegócio especializada na produção de soja e derivados, para o Grupo Petrópolis. A determinação resultou na destituição dos então administradores Fernando Lauria e Mauro Piacentini, cujas condutas estão sob investigação em uma operação policial que apura desvios financeiros e outras irregularidades na gestão da empresa.
A Imcopa, reconhecida como uma das maiores produtoras de soja e derivados do país e uma referência na produção de soja não transgênica, atravessa um processo de recuperação judicial desde 2013, enfrentando uma dívida que se estima em torno de R$ 3 bilhões. A decisão da Justiça do Paraná, além de restituir o controle da empresa ao Grupo Petrópolis, nomeou novos administradores, Marcelo Pires e Marcelo de Sá, indicados pela parte requerente.
A investigação conduzida pela Polícia Civil do Paraná aponta que os então administradores da Imcopa, Fernando Lauria e Mauro Piacentini, atuavam como “laranjas” de dois agentes do mercado financeiro, Ruy del Gaiso e Renato Mazzuchelli, sócios na R2C Gestora de Investimentos. Essa investigação revelou uma série de irregularidades, incluindo transferências bancárias ilegais que resultaram no desvio de recursos da empresa para contas no exterior.
A decisão judicial, além de resguardar a empresa de práticas danosas, visa também preservar os interesses dos credores envolvidos no processo de recuperação judicial da Imcopa. A nomeação dos novos administradores foi respaldada pela constatação de que o Grupo Petrópolis detém a maior parte dos créditos sujeitos à recuperação judicial da empresa, eliminando a necessidade de deliberação em uma assembleia geral de credores.
A operação policial e a subsequente decisão judicial evidenciam a complexidade e a gravidade das questões enfrentadas pela Imcopa, reforçando a necessidade de uma gestão transparente e comprometida com a estabilidade financeira e operacional da empresa. A recuperação judicial, já marcada por desafios significativos, agora enfrenta mais uma etapa crucial na busca por soluções para os problemas enfrentados pela empresa no setor do agronegócio.
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