O período da presidência de Artur da Silva Bernardes (1875-1955) no Brasil foi marcado por turbulências políticas e sociais. Desde o Movimento Tenentista até a Revolta dos 18 do Forte de Copacabana, sua gestão enfrentou uma série de desafios, incluindo revoltas regionais e mobilizações populares. No entanto, um dos marcos de seu mandato foi o decreto que instituiu o feriado do Dia do Trabalhador, há exatos 100 anos, em 1º de maio, no país.
O decreto, datado de 26 de setembro de 1924, estabeleceu o feriado como um dia de confraternização das classes trabalhadoras e de homenagem aos mártires do trabalho. Essa medida foi uma resposta às crescentes tensões sociais e à pressão do movimento operário, que ganhava força em um cenário de reivindicações por melhores condições de trabalho e direitos sociais.
Durante o governo de Bernardes, também foram promulgadas leis que visavam a proteção dos interesses dos trabalhadores, como a Lei Elói Chaves, que instituiu caixas de pensões e aposentadorias, além da criação do Conselho Nacional do Trabalho. No entanto, a relação entre o governo e o proletariado era marcada por tensões e ambiguidades, com medidas tanto repressivas quanto assistencialistas.
Apesar das tentativas de aproximação com os trabalhadores, o governo Bernardes não era voltado para questões trabalhistas, refletindo o contexto político e social da época, dominado por interesses aristocráticos e oligárquicos. O feriado do Dia do Trabalhador, instituído durante seu mandato, foi uma resposta às demandas sociais e uma tentativa de acalmar as tensões, mas as celebrações foram tímidas na década de 1920.
Em suma, o decreto que estabeleceu o feriado do Dia do Trabalhador há 100 anos reflete as tensões e demandas sociais do Brasil do início do século XX, marcado por conflitos entre o governo e o movimento operário, e pela busca por melhores condições de trabalho e direitos sociais.
1° de Maio (Dia Internacional dos Trabalhadores)
O 1° de Maio, também conhecido como o Dia Internacional dos Trabalhadores, é uma data emblemática que celebra as conquistas e lutas dos trabalhadores ao redor do mundo. A origem dessa comemoração remonta ao final do século XIX, quando milhares de trabalhadores se mobilizaram em Chicago, nos Estados Unidos, em busca de melhores condições de trabalho, incluindo a redução da jornada de trabalho para oito horas diárias.
Os protestos em Chicago culminaram em uma greve geral no dia 1° de maio de 1886, que foi marcada por confrontos violentos entre os trabalhadores e a polícia. Em consequência desses eventos, ocorreram prisões, julgamentos e até mesmo execuções de líderes sindicais, como ficou conhecido o caso dos “Mártires de Chicago”.
A partir desse momento, o 1° de Maio passou a ser reconhecido como um dia de luta e solidariedade entre os trabalhadores, sendo oficialmente instituído como o Dia Internacional dos Trabalhadores durante o Congresso da Segunda Internacional Socialista, realizado em Paris, em 1889.
Atualmente, o 1° de Maio é celebrado em muitos países ao redor do mundo com manifestações, desfiles, conferências e outras atividades que reafirmam a importância dos direitos trabalhistas e a necessidade contínua de se lutar por condições dignas de trabalho, salários justos, jornadas adequadas, segurança no emprego e outros aspectos relacionados ao bem-estar dos trabalhadores.
Além de ser uma data de reflexão sobre as conquistas já alcançadas, o 1° de Maio também serve como um lembrete dos desafios enfrentados pela classe trabalhadora em diferentes contextos sociais, econômicos e políticos.
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