Capoeira 2 Antonio: novo aprendizado para jovens carentes | Por Lilia Campos

Lilia Campos, jornalista.
Lilia Campos, jornalista.

Eles não possuem abadás, cordas, nem e berimbaus. Alguns nunca tiveram brinquedo, e outros têm, com dificuldades, comida na mesa. Porém, através das aulas de capoeira oferecidas pelo projeto Capoeira 2 Antonio, crianças e adolescentes carentes do município de Feira de Santana não somente conheceram um esporte, como também elevaram a sua auto-estima e passaram a depositar mais esperanças nos seus sonhos. E, a partir daí, podem mudar de vida.

O projeto Capoeira 2 Antonio é uma realização da Earte com apoio do Fazcultura – programa de Fomento à Cultura do Estado da Bahia, da rede de postos Menor Preço. Este é o primeiro ano da ação, que tem como objetivo proporcionar gratuitamente a jovens pobres a prática da capoeira, um esporte (ou dança, como muitos chamam) bastante característico da Bahia. Nas aulas, os participantes também adquirem conhecimento sobre história e culturas baiana e africana, onde foi originada a modalidade.

O projeto é coordenado por Ivoilma Melo e Antonio Alves de Almeida, o mestre Gago. Funciona simultaneamente em oito núcleos, cada um com um instrutor. As aulas acontecem duas vezes por semana. Estão sendo beneficiados cerca de 800 estudantes de escolas municipais feirenses (cem por núcleo), situadas não somente na sede do município, mas, também nos distritos de Jaíba, Maria Quitéria e Bonfim de Feira.

Os colégios são: Padre Giovani, no bairro Cidade Nova, Jonathas Telles de Carvalho, no bairro Conceição, Maria Antonia, no bairro Santa Mônica, Chico Mendes, no Morada das Árvores, Ana Brandoa, no Tomba, Doutor Francisco Martins, no distrito de Maria Quitéria, Álvaro Pereira Boaventura, em Bonfim de Feira, e o Centro Comunitário de Jaíba.

A princípio, o projeto tem duração de dez meses. Porém, a expectativa é de que haja continuidade posteriormente. Ao final do período previsto, os participantes vão receber o certificado de formação e trocar de cordão, cerimônia típica da capoeira que demonstra a evolução do capoeirista.

O mestre Gago explica que estão sendo ministradas aulas com os dois principais estilos de capoeira: angola e regional. A capoeira angola é mais antiga que a regional, e apresenta movimentos mais rasteiros e lentos. De modo geral, a capoeira mistura, dança, defesa pessoal, e canto. Exercita o corpo inteiro, melhorando a capacidade cárdio-respiratória, a flexibilidade, o equilíbrio e a agilidade. Fortalece principalmente abdome, pernas, braços e ombros. “Na capoeira não há agarro e, ao contrário de outras lutas, as mãos não golpeiam, mas sustentam o corpo. Nos movimentos no chão, são usados sempre três apoios, mas os joelhos, costas e bumbum nunca tocam o chão”, destaca ele.

E os benefícios não terminam por aí. Ivoilma ainda lembra que algumas das maiores contribuições da capoeira são a socialização, através do trabalho em grupo, desenvolvimento da criatividade, concentração e autocontrole – que já estão sendo observados nos praticantes.

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