Livro retrata a evolução da cidade de Salvador pela história da eletricidade

Capa do Livro 'A Cidade da Bahia e a Eletricidade'.
Capa do Livro 'A Cidade da Bahia e a Eletricidade'.

É inegável a presença da energia elétrica no cotidiano das grandes cidades. Força motora de maquinários, fonte de iluminação, base energética dos incontáveis aparelhos eletroeletrônicos, símbolos da modernidade, como rádio, televisão e computador. Resgatar a história dessa imensa influência da eletricidade na cultura, na economia e na urbanização de Salvador é o principal mote do livro A Cidade da Bahia e a Eletricidade, que será lançado no próximo dia 12 de dezembro de 2018, às 18:30 horas, no Salvador Shopping (1° piso, próximo a Leader).

Em uma edição altamente luxuosa, com 540 páginas e mais de trezentas imagens em policromia, tendo o patrocínio da Global Participações em Energia S.A (GPE), através da Lei de Incentivo à Cultura, do MinC, a publicação tem a assinatura da Caramurê Publicações.

A Cidade da Bahia e a Eletricidade 

No livro os autores Daniel Rebouças, Fernando Oberlaender e Juliana Barreto Farias, voltam ao século XIX para rastrear o interesse dos médicos baianos nas propriedades terapêuticas do chamado “fogo elétrico”, além de resgatar os primeiros momentos da telegrafia, da telefonia e dos bondes elétricos na cidade. Com grande fôlego de pesquisa, eles seguem apresentando um grande panorama da disseminação da eletricidade por Salvador no século XX, que progressivamente foi sendo tomada pelas usinas termelétricas, pelos fios de telefonia e pelas estações de rádio. Chegando até os dias atuais, essa nova obra registra como a eletricidade passou a estruturar a vida urbana e cultural de uma grande cidade como Salvador, com a expansão da televisão, dos cinemas e dos trios elétricos.

Um grande destaque da obra é a extensa e primorosa pesquisa iconográfica, com uma riqueza de imagens da cidade e de todas essas manifestações da eletricidade durante quase aproximadamente duzentos anos. Como frisou o historiador Daniel Rebouças, “um dos maiores desafios do livro, além da extensa documentação escrita, foi levantar imagens que contemplassem todos essas dimensões, mas que também fossem inéditas e condizentes com o momento histórico que o livro estava tratando”. Juliana Barreto Farias reforça que, com esta obra, teremos “acesso a uma ampla pesquisa, que inclui documentos originais e belíssimas imagens da Cidade da Bahia nos séculos XIX e XX, algumas delas praticamente desconhecidas”.

O livro, que mostra quase dois séculos de história, leva o leitor a uma grande reflexão sobre a evolução urbana de Salvador, descrevendo todas as dificuldades que esta cidade sofreu para se locomover e iluminar; as disputas pela concessão do transporte urbano; a iluminação no início do século XX, a influência da eletricidade na música e até as novas fontes de energia renováveis. “Hoje em dia, na vida cotidiana, não percebemos a importância da eletricidade para fazermos tarefas básicas, só enxergamos isso quando ficamos sem ela. Este livro nos apresenta como foi difícil a conquista deste bem para sociedade baiana”, comenta um dos autores e o editor da publicação, Fernando Oberlaender.

Além da importante pesquisa histórica o livro, encanta pelas belas obras de arte de autoria de artistas que retrataram a cidade e suas rotinas desde o século XIX até os dias atuais como: Friedrich Salathé, Emil Bauch, Eduard Hildebrandt, Mendonça Filho, Carybé, Jenner Augusto, Juarez Paraíso e Bel Borba. A reunião de fotógrafos de relevância também não fica atrás, com belas imagens de Victor Frond, Benjamin Mulock, Guilherme Gaensly, Rodolfo Lindemann, Pierre Verger, Mario Cravo Neto e Rôse Sampaio. Na obra, a iconografia apresentada de forma cronológica, proporciona uma sensação para o leitor de estar viajando no tempo.

Os autores

Daniel Rebouças é professor e doutorando em História pela UFBA. Com cinco livros publicados, vem se notabilizando no resgate da iconografia sobre a Bahia através de seus livros e do seu perfil no Instagram (@daniel.rebouças.historia). Em coautoria, publicou “História do Petróleo na Bahia” (EPP Publicações, 2010), com o professor Cid Teixeira e Fernando Oberlaender e “Salvador: uma iconografia através dos séculos” (Caramurê, 2015), com o arquiteto Francisco Senna e a historiadora da arte, Fernanda Terra. Em 2016, lançou “Lulu Parola, crônicas e ironias” (Caramurê, 2016), fruto do seu mestrado pela UFBA. E 2017, selou mais uma obra em sua carreira com “Indústria na Bahia: um olhar sobre sua história” (Caramurê, 2017), e coordenou, com Fernando Oberlaender, a pesquisa iconografia da obra “Salvador: uma viagem fotográfica” (Caramurê, 2017), do professor Cid Teixeira.

Fernando Oberlaender é artista plástico e editor. É coautor dos livros “História do Petróleo na Bahia” (EPP Publicações, 2010), com Cid Teixeira e Daniel Rebouças, e “A Cidade da Bahia e a Eletricidade” (Caramurê, 2018), com Daniel Rebouças e Juliana Farias. Foi responsável pela organização da coleção “Salvador: uma viagem fotográfica”, (Caramurê, 2017), do professor Cid Teixeira, pela edição dos livros “Salvador: uma iconografia através dos séculos”(Caramurê, 2015), Indústria na Bahia: um olhar sobre sua história” (Caramurê, 2017), 50 anos de arte na Bahia (EPP Publicações, 2010), Escultura Contemporânea no Brasil (Caramurê, 2016), entre outros.

Juliana Barreto Farias é professora Adjunta na Unilab – Campus dos Malês/BA. Pós-doutora em História da África pela Universidade de Lisboa, possui graduação em História pela Universidade Federal Fluminense (2002), graduação em Comunicação Social – Jornalismo pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2001), mestrado em História Comparada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2004) e Doutorado em História Social pela (USP). Tem experiência em produções editoriais e na área de história, com ênfase na história do Brasil, da África e da diáspora africana. Entre os trabalhos publicados estão os livros “Mercados minas: Africanos ocidentais na Praça do Mercado do Rio de Janeiro” (Prefeitura do Rio/AGCRJ, 2015); No labirinto das nações (Prêmio Arquivo Nacional 2003); Cidades negras: africanos, crioulos e espaços urbanos no Brasil escravista (2a edição, Alameda Editorial) e Mulheres Negras no Brasil escravista e do pós-emancipação (Selo Negro, 2013).

Agenda

O que: Livro ‘A Cidade da Bahia e a Eletricidade’

Quando: 12 de dezembro, às 18:30

Autores: Daniel Rebouças, Fernando Oberlaender e Juliana Barreto Farias

Onde: Shopping Salvador, (perto do estande da Caramurê no 1° piso, próximo a Leader)

Endereço: Av. Tancredo Neves, 3133 – Caminho das Árvores, Salvador

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