O deputado estadual Robinson Almeida (PT) voltou a criticar a “negligência” e “omissão criminosa” do governo federal em relação ao vazamento de petróleo que atinge o litoral do nordeste desde o final de agosto. Até esta terça-feira (22/10/2019) já foram recolhidas mais de 900 toneladas do óleo cru do litoral da região, que já chegou às praias de Morro de São Paulo, Itacaré e Ilhéus.
Em pronunciamento no plenário da Assembleia Legislativa, o parlamentar avaliou que ao invés de construir uma força tarefa e um plano de ação nacional, que auxiliasse estados e municípios, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) extinguiu órgãos e colegiados que poderiam acionar o Plano Nacional de Contingência (PNC) e priorizou ideologizar aquele que é considerado o maior crime ambiental da História da costa brasileira.
“A devastação só faz crescer e não há nenhuma iniciativa concreta do governo federal pra identificar a causa desse crime ambiental de grandes proporções. Enquanto isso Bolsonaro e seus filhos preferem ignorar o problema e continuar fazendo do Brasil um parque de diversão, promovendo confusões e brigas diariamente”, afirmou Robinson.
O deputado noticiou que o comandante da Marinha, almirante Ilques Barbosa Júnior, disse hoje que não há indícios entre o vazamento do petróleo e o governo ou indústria venezuelana, e que servidores de órgãos ambientais acusaram o presidente Jair Bolsonaro de cometer “claro ato de improbidade administrativa” ao editar o decreto 9.759, que extinguiu colegiados ligados ao Meio Ambiente, e deixou o Brasil “desguarnecido” para enfrentar o vazamento de óleo.
“Essa omissão criminosa do governo Bolsonaro precisa ser denunciada cotidianamente porque o prejuízo para o meio ambiente, para nosso ecossistema marinho e também para a economia dos municípios nordestinos é de grande monta”, enfatizou.
Pescadores de praias com óleo ocupam sede do Ibama na Bahia
Segundo reportagem de João Pedro Pitombo, publicada nesta terça-feira (22/10/2019) no Jornal Folha de S.Paulo, um grupo de pescadores e marisqueiros de localidades atingidas por manchas de óleo ocuparam na manhã desta terça-feira (22/10/2019) a sede do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) na Bahia.
Os manifestantes –cerca de 300 pessoas– criticam a atuação do governo federal na contenção do óleo que tem chegado a praias do litoral dos nove estados nordestinos desde 30 de agosto.
“É uma situação gravíssima e o que vemos é um completo descaso. O governo federal tem atuado somente de maneira paliativa no combate ao óleo, fazendo a limpeza das praias”, afirma Maria José Pacheco, do Conselho Pastoral dos Pescadores.
Ela ainda destaca que a chegada o óleo tem limitado a atuação dos pescadores, já que a orientação é não pescar ou catar mariscos nas áreas atingidas pelo óleo.