Neste domingo (03/05/2020), após fazer aparição de quase uma hora na rampa do Palácio do Planalto para centenas de fanáticos bolsonaristas que se manifestavam a favor do governo de extrema-direita e contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e o presidente da Câmara dos Deputados, Jair Bolsonaro disse que a Constituição Federal será cumprida no país “a qualquer preço” e que o governo tem o povo e as Forças Armadas ao lado.
O discurso do extremista de direita é uma tentativa de desviar a atenção da população sobre a denuncia criminal apresentada neste sábado (02) pelo ex-ministro Sérgio Moro, ao longo de 8:40 horas, em depoimento à Polícia Federal (PF) e ao Ministério Público Federal (MPF), na sede da PF em Curitiba, tempo em reafirmou e apresentou provas materiais das praticas criminais adotadas pelo presidente Jair Bolsonaro. Neste contexto, o ato deste domingo (03) é uma espécie de ‘canto do cisne’ do bolsonarismo.
As manifestações
Após fazer aparição de quase uma hora na rampa do Palácio do Planalto para centenas de pessoas que se manifestavam a favor do seu governo e contra o STF e o presidente da Câmara neste domingo, o presidente Jair Bolsonaro disse que a Constituição será cumprida no país “a qualquer preço” e que o governo tem o povo e as Forças Armadas ao seu lado.
“Graças a Deus que não temos problemas esta semana porque chegamos no limite, não tem mais conversa”, disse Bolsonaro, ao deixar a rampa, em live transmitida em sua página no Facebook.
“Daqui para frente, não só exigiremos, faremos cumprir a Constituição, ela será cumprida a qualquer preço. E ela tem dupla mão, não é de uma mão de um lado só não”, afirmou, acrescentando que o governo nomeará novo diretor-geral da Polícia Federal nesta segunda-feira.
Na quarta-feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes suspendeu a nomeação de Alexandre Ramagem para o cargo, em decisão liminar, citando possível comprometimento do indicado, que tem relação de amizade com a família de Bolsonaro.
O ex-diretor da corporação Maurício Valeixo foi demitido por decisão de Bolsonaro em processo que levou o ex-ministro da Justiça Sergio Moro a deixar o governo acusando o presidente de querer interferir nas investigações da PF.
Neste domingo, na rampa, onde acenou a apoiadores e pegou duas crianças sem máscara de proteção contra o coronavírus no colo, Bolsonaro ressaltou o apoio das Forças Armadas e do povo ao seu governo.
“Tenham certeza de uma coisa, nós temos o povo ao nosso lado, nós temos as Forças Armadas do lado do povo, pela lei, pela ordem, pela democracia e pela liberdade, e o mais importante, temos Deus conosco. O Brasil tem tudo para dar certo, o Brasil vai dar certo”, afirmou.
Bolsonaro estava acompanhado de dois dos seus filhos, o deputado Eduardo Bolsonaro (PLS-SP) e a caçula Laurinha. Nenhum dos três usava máscaras.
A deputada Bia Kicis (PSL-DF), também na rampa, afirmou que a manifestação não defendia o fechamento do Congresso ou do STF.
“Não queremos fechar Congresso, fechar Supremo, mas que nosso presidente possa governar”, afirmou. “O povo não vai deixar ministros, com canetada, impedir nosso presidente de governar.”
Antes de se concentrarem em frente ao Palácio do Planalto, os manifestantes fizeram carreata na Esplanada dos Ministérios. Havia faixas de “Fora Maia”, em referência ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e em favor de Bolsonaro. Uma enorme bandeira do Brasil foi passada por cima da grade ao grupo que acompanhava Bolsonaro, que a carregou sobre os ombros.
*Com informações de Isabel Versiani, da Agência Reuters.
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