General Eduardo Pazuello assume Ministério da Saúde interinamente; Ele substitui Nelson Teich

General Eduardo Pazuello, secretário-executivo do Ministério da Saúde do Governo Bolsonaro.
General Eduardo Pazuello, secretário-executivo do Ministério da Saúde do Governo Bolsonaro.
General Eduardo Pazuello, secretário-executivo do Ministério da Saúde do Governo Bolsonaro.
General Eduardo Pazuello, secretário-executivo do Ministério da Saúde do Governo Bolsonaro.

O Ministério da Saúde confirmou, neste sábado (16/06/2020), que o secretário executivo da pasta, Eduardo Pazuello, assume interinamente o comando do ministério, substituindo Nelson Teich, que deixou o governo na sexta-feira (15).

General do Exército, Pazuello foi nomeado para o segundo cargo mais alto da hierarquia ministerial no último dia 22, após Teich assumir o ministério no lugar de Luiz Henrique Mandetta.

Especialista em Logística, o militar foi coordenador logístico das tropas do Exército durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, além de ter coordenado as operações da Operação Acolhida, que presta assistência aos imigrantes venezuelanos que chegam a Roraima fugindo da crise política e econômica no país vizinho.

Ontem, ao pedir demissão e deixar o governo, o médico Nelson Teich disse que deixou, para quem quer que viesse a sucedê-lo no cargo, um plano de trabalho “pronto para auxiliar os secretários estaduais e municipais a tentar entender o que está acontecendo e pensar próximos passos”.

Teich não entrou em detalhes sobre os motivos de sua saída, mas havia divergências públicas entre ele e o presidente Jair Bolsonaro sobre temas como o distanciamento social e o uso da cloroquina para o tratamento da covid-19. Segundo o ministro-chefe da Casa Civil, Walter Braga Netto, a decisão foi motivada por questões pessoais.

Durante coletiva de imprensa, Netto comentou que o presidente defende formas de enfrentar o novo coronavírus diferentes das que Teich e Mandetta propunham. Segundo o ministro, Bolsonaro é contrário aos “excessos”, defendendo, por exemplo, o isolamento vertical – que estabelece o isolamento social apenas para as pessoas que integrem grupos de risco (idosos, pacientes com diabetes e doenças cardiovasculares) ou que estejam infectadas e o uso da hidroxicloroquina na fase inicial da doença.

Perfil

O general-de-divisão Eduardo Pazuello é o mais novo militar a chegar ao primeiro escalão do governo de Jair Bolsonaro (sem partido). O militar, que vinha atuando como secretário-executivo do Ministério da Saúde, assumirá interinamente a pasta depois da saída do médico oncologista Nelson Teich.

Assim como Jair Bolsonaro, Pazuello se graduou na Academia Militar das Agulhas Negras, a Aman, em Resende (RJ), como Oficial de Intendência — no Exército, é o militar especializado em tarefas administrativas ou logísticas.

O general chegou a Brasília no dia 20 de abril, com a missão de coordenar a transição entre as gestões de Luiz Henrique Mandetta (DEM), que pedira demissão dias antes, e Nelson Teich.

Pazuello é o nono ministro de origem militar no governo Bolsonaro — pessoas com origem na caserna já ocupam agora quase metade dos 22 postos do primeiro escalão do governo.

Diferentemente de outros integrantes militares da equipe de Bolsonaro, porém, Pazuello é um militar da ativa. Antes de vir para Brasília, o general de três estrelas comandava a 12ª Região Militar da Amazônia, em Manaus (AM).

O novo comandante da saúde é natural do Rio de Janeiro, Estado onde Jair Bolsonaro fez sua carreira política. No Estado, comandou um batalhão de paraquedistas e foi diretor do Depósito Central de Munição.

Pazuello chegou ao posto de general em 2014 — e uma de suas primeiras tarefas neste posto foi como coordenador logístico das tropas do Exército que deram apoio à realização dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro.

O militar também comandou a Operação Acolhida, que é o trabalho do Exército Brasileiro no atendimento a imigrantes que chegam aos municípios de Boa Vista (RR) e Pacaraima (RR).

‘Ministro montará a equipe e eu sairei’

Quando chegou a Brasília, Pazuello dizia que sua missão no ministério era “temporária” — apenas organizar a transição entre Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich.

“Imagina: no meio da guerra, com o carro rodando, necessita fazer a troca do ministro e ele entra sozinho, tendo de encontrar um monte de gente para trabalhar (…). Ao final de um período, o ministro estará com todos os nomes que ele escolheu e eu estarei saindo, voltando para a minha tropa”, disse Pazuello em entrevista ao site da revista Veja, em 21 de abril.

Na mesma entrevista, Pazuello admitiu que não tinha qualquer afinidade com a área médica — disse que seu conhecimento sobre o assunto é de “leigo”. Pazuello defendeu, porém, que o país tivesse mais cuidado com os dados utilizados no combate à pandemia.

“O meu grau de conhecimento específico, técnico, de médico, é leigo. A gente observa que dados precisam ser melhorados, a gente precisa ter números mais fidedignos, com menos risco de manipulação, para que se definam as estratégias em cima de dados reais. Se você não tiver certeza absoluta dos dados, tudo o que você planejar não tem resultado”, disse ele.

Desde que chegou ao ministério, Pazuello passou a ser tratado como uma espécie de “eminência parda” — mesmo sendo o número 2 na hierarquia, era percebido por muitos como tendo mais poder do que o ex-ministro Nelson Teich. Ele, porém, negava que fosse este o caso.

Dentro da pasta, vinha cuidando de organizar as compras de equipamentos e insumos feitas pelo Ministério da Saúde. Era, por isso, procurado com frequência por prefeitos e governadores.

*Com informações da Agência Brasil e de André Shalders, da BBC News.

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